Movimento Nacional de Direitos Humanos cobra ação do estado pela morte de líder quilombola
A morte de Mãe Bernadete, uma ialorixá e líder quilombola, tem gerado repercussões e exigências por justiça. Ela foi brutalmente assassinada a tiros em sua própria comunidade, o Quilombo Pitanga dos Palmares, localizado em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Aos 72 anos, sua morte não só entristeceu uma comunidade, mas também colocou em foco as falhas na política de segurança pública. O Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) entrou em ação, pedindo que o Estado assuma a responsabilidade pelo ocorrido. Segundo informações fornecidas pela coluna de Lauro Jardim, pertencente ao jornal O Globo, o movimento solicita, além da admissão de responsabilidade, o pagamento de uma indenização à família da vítima. Esse valor serviria como uma forma de reparação pelas violações de direitos, resultantes da omissão estatal. Para além da indenização financeira, o MNDH exige o acesso a tratamento médico e psicológico gratuito para a família enlutada. Uma das maiores preocupações e críticas levantadas é o fato de Mãe Bernadete estar inserida no programa de proteção de defensores dos direitos humanos. Mesmo com tal proteção, ela foi alvo de ameaças vindas de grupos com interesses em especulação imobiliária. A falha nesse sistema de proteção levanta questões profundas sobre a eficácia e seriedade de programas similares. Carlos Nicodemus, advogado que representa o MNDH, pediu formalmente que tanto a União quanto o estado da Bahia estabeleçam um cronograma de ações voltadas para a reparação dos direitos que foram violados no caso. Além disso, como forma de homenagear a líder quilombola e reforçar a importância de seu legado e luta, o movimento sugere a construção de um memorial dedicado à Mãe Bernadete.