O ministro da Cidadania, João Roma, admitiu que deverá se lançar com pré-candidato à sucessão do governador Rui Costa (PT) ao afirmar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) “não ficará sem palanque no quarto maior colégio eleitoral do Brasil” nas eleições de 2022. A declaração foi dada na noite de segunda-feira (13), em entrevista ao programa Sete em Ponto, da Rádio Metropole, ocasião em que ele voltou a atacar a gestão estadual. “Naturalmente, nós temos que defender o nosso Brasil. E o que eu tenho repetido é que o presidente Bolsonaro não ficará sem palanque no quarto maior colégio eleitoral do Brasil, que é o estado da Bahia. Já está claro que nós precisamos, cada vez mais, buscar, sim, transformações no estado”, disse Roma, que é deputado federal licenciado pelo Republicanos-BA. “As pessoas já estão fatigadas com o governo que anda movido pela propaganda e que não traz resposta para a melhoria de qualidade de vida da sua população”, acrescentou o ministro. Caso dispute o Palácio de Ondina, ele terá entre seus adversários o senador Jaques Wagner (PT), que tentará ocupar a cadeira do Executivo pela terceira vez. Ao fazer uma defesa enfática de Bolsonaro, Roma passou a mencionar a retomada de obras pelo governo federal, dentre as quais a de um trecho da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), cuja construção fora iniciada na gestão de Lula, em 2011. Para ele, porém, o “ciclo de gestões” petistas na Bahia “fracassou”, sobretudo na área de segurança pública. A morte de dois policiais militares no exercício de suas funções, no último fim de semana, serviu de combustível para Roma intensificar suas investidas. “Muito disso se deve à falta de prioridade na área de segurança, a uma administração que certamente fracassou, em especial, no quesito segurança pública. Sem querer falar na área de saúde, na área de educação, que também é um vexame na Bahia em relação ao Brasil”, afirmou o ministro. “No Brasil inteiro, no primeiro semestre houve uma diminuição de 8% a quantidade de assassinatos. Na Bahia, aumentou mais de 7%.” Roma também rebateu fala em que Rui Costa disse que o legado de Bolsonaro será “do palavrão, da pregação da violência". “Sobre palavrões, ora: melhor falar palavrão do que falar palavras bonitas e não ofertar providências a nossa população. Não tratar com respeito ofertando estrutura para que os nossos policiais possam trabalhar. Policiais esses que estão dando o seu sangue. Literalmente, dando o seu sangue”, reiterou o ministro. “Para piorar, hoje ele aumentou mais um ingrediente nisso, que é a transferência de responsabilidade, um dos maiores dos pecados. Ele, hoje, sobre a questão da segurança pública, que é uma questão de calamidade no estado da Bahia […] Nós, que fazemos parte da vida real e escutamos o clamor do nosso povo, sabemos que isso está insuportável. Simplesmente, o governador Rui Costa vai e busca transferir a responsabilidade pro governo federal”, afirmou Roma.