Categoria: Política

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  • 31 // Ago // 2022
  • 09h30

Orçamento secreto: Soraya Thronicke e vice de Simone Tebet indicaram R$ 114,4 milhões em emendas

A candidata à Presidência da República Soraya Thronicke (União Brasil) foi beneficiada com R$ 95,2 milhões em emendas do orçamento secreto nos últimos três anos. Ela é senadora por Mato Grosso do Sul e foi aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), mas rompeu com ele por discordar da condução do governo na pandemia da Covid-19. Segundo o Jornal O Estado de São Paulo, além de Soraya, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) apadrinhou R$ 19,2 milhões em emendas secretas em 2020. Ela concorre ao cargo de vice-presidente na chapa de Simone Tebet (MDB), que tem classificado o orçamento secreto como o "maior esquema de corrupção do planeta". Simone declara não ter recebido nenhum valor. As três são as únicas parlamentares que disputam a presidência na eleição deste ano. O orçamento secreto consiste na liberação de verbas federais para deputados e senadores sem transparência. A liberação se tornou um dos maiores escândalos do governo Bolsonaro e chegou a ser barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado, mas foi destravada após reação do Planalto e da cúpula do Congresso. 

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  • 30 // Ago // 2022
  • 14h00

Alckmin rejeita privatização de Petrobras, BB e Caixa, mas critica estatais

Para uma plateia de empresários do setor de infraestrutura, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) afirmou que Petrobras, Caixa e Banco do Brasil não serão privatizadas em um eventual novo governo do PT. Vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto, Alckmin representou o petista em um evento organizado pela Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) na tarde desta segunda-feira (29), em São Paulo. A fala de Alckmin sobre privatizações foi recebida sem muito entusiasmo pela plateia. Questionado sobre ativos importantes, como Petrobras, Caixa e BB, serem sempre citados como possíveis projetos de privatização, o candidato falou sobre o destino de estatais federais grandes, como essas três, e sobre o que poderia ser privatizado, caso o ex-presidente Lula volte ao Planalto. "Empresas que são grandes estatais federais são essas três, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Petrobras, praticamente. As restantes são empresas menores. Se pegarmos as três grandes empresas, não é prioridade privatizar nenhuma [delas]. Já temos bancos de menos, se for reduzir ainda mais... O que precisamos é reduzir o custo do dinheiro." Ainda assim, Alckmin não deixou de criticar outras empresas estatais. "O Brasil tem uma coisa esquisita, e os estados também têm: empresa dependente do Tesouro. Elas deveriam ser autarquias. Se a empresa não tem recursos próprios para se manter, que empresa é essa?", questionou.

 O movimento lembra mais o Alckmin que usou uma jaqueta bege com os emblemas do Banco do Brasil, Caixa, Petrobras e Correios –quando concorria à Presidência, em 2006, contra Lula, que o tachou à época de privatista– e o recuo feito por ele em 2018, ao também descartar a venda dos dois bancos públicos e a exploração de petróleo em águas profundas, do que o legado de privatizações dos governos do PSDB, sigla pela qual o ex-governador concorreu até as últimas eleições. O político, que tem funcionado como uma ponte entre o ex-presidente Lula e os empresários, manteve uma estratégia pela qual ficou conhecido: relembrar histórias da época em que foi prefeito de Pindamonhangaba (SP) e o período em que ocupou o Palácio dos Bandeirantes. Ele, que se apresentou aos empresários como um "copiloto" de Lula, também não deixou de costurar exemplos de obras suas como governador com o que considera avanços dos governos petistas, como um melhor desenho dos modelos de concessões. No evento, o ex-governador também defendeu a retomada de investimentos públicos e disse que, para isso, o Brasil precisa sinalizar para o mundo que possui uma democracia estável. "Sem democracia, não tem como ir bem na economia." Ele pontuou, ainda, a necessidade de o país avançar nas concessões e nas PPPs (Parcerias Público-Privadas), sem desconsiderar a atuação, como garantidor, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O encontro desta segunda contou, ainda, com Felipe d'Avila (Novo), o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (que representou a candidata Simone Tebet, do MDB) e Ciro Gomes (PDT). O presidente Jair Bolsonaro (PL) também foi convidado e encerraria o ciclo de debates, mas não havia confirmado presença até esta segunda e não participou do evento. Segundo a entidade, a organização da campanha também não justificou a ausência de Bolsonaro, que havia cancelado outros compromissos mais cedo. Participação de Ciro tem clima descontraído Candidato pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes também pareceu confortável no encontro, um dia após ter participado do primeiro debate entre candidatos à Presidência, e chegou a arrancar risos da plateia em mais de uma ocasião. Antes do evento, Ciro disse à imprensa que o debate permitiu demonstrar o embate entre um Brasil "velho" e "rancoroso" –que, segundo ele, teria sido representado pelo confronto entre Lula e Bolsonaro– e também permitiu dar sinais de uma mudança de modelo econômico. "Esse projeto está pronto e eu tive a oportunidade de anunciá-lo." "O modelo econômico é uma coisa muito prática, aponta qual é o papel do capital privado. Não há precedentes na história da humanidade, nenhuma experiência de nação que tenha lançado sua infraestrutura sem a presença do Estado", disse Ciro à plateia. Mais cedo, d'Avila, do Novo, havia criticado as gestões petistas no manejo das demandas de infraestrutura. "Foi no governo desastroso do PT, em que a infraestrutura virou cabide de empregos no Brasil", disse o candidato. Ele também afirmou que parte do setor privado descobriu que é mais fácil "capturar governo do que capturar mercado". Para retomar o investimento público ele defende a retomada do teto de gastos. "Precisamos enfrentar o excesso de gastos com pessoal, enfrentar a reforma administrativa e dar mais poder para estados e municípios." Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul e coordenador da campanha de Tebet, defendeu modificações no teto de gastos para reabrir a possibilidade de investimentos em áreas importantes para o país. 

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  • 30 // Ago // 2022
  • 12h00

Quase 90% dos deputados federais tentam reeleição este ano

Pelo menos 451 dos atuais 513 deputados federais tentarão se reeleger no próximo dia 2 de outubro, quando ocorrerá o primeiro turno das eleições deste ano. O número, que representa cerca de 88% da atual legislatura, é o segundo maior dos últimos 20 anos, abaixo apenas do resultado de 2006, quando 491 políticos com assento na Câmara dos Deputados buscaram a renovação do mandato por mais quatro anos. Nas eleições gerais de 2018, 413 deputados federais concorreram à reeleição, e 289 tiveram votação suficiente para integrar a atual legislatura, informou a Câmara dos Deputados. Os pormenores sobre as candidaturas registradas constam do Sistema de Gerenciamento de Informações Partidárias (Sgip) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em cujo site é possível verificar que os 451 deputados federais que tentam a reeleição representam menos de 4,5% dos 10.482 candidatos à Câmara Federal. Além do maior número de parlamentares federais tentando a reeleição, 64 deputados estão na disputa por governos estaduais, pelo Senado e pela Presidência da República, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Somando-se os números do TSE e do Diap, conclui-se que apenas dois dos atuais deputados federais não disputarão a eleição. Os deputados federais são escolhidos pelo chamado sistema proporcional, no qual não são necessariamente eleitos os candidatos mais votados, mas sim os representantes de partido ou coligação partidária que receberem o maior número de votos, até o limite do conjunto de vagas obtidas por seu grupo político, de acordo com o cálculo do quociente partidário. Também são escolhidos por esse sistema os deputados estaduais e distritais, além dos vereadores, que não estão na disputa deste ano. No primeiro caso, há 809 parlamentares tentando ser reconduzidos ao cargo nos 26 estados brasileiros. Já no Distrito Federal, 20 dos 24 deputados distritais buscam manter o mandato na Câmara Legislativa. Entre os 451 deputados federais que pretendem renovar o mandarto, 69 são filiados ao PL, partido do presidente da República, que é candidato à reeleição, Jair Bolsonaro. Pelo PT, buscam a reeleição 54 deputados federais; pelo União Brasil, 46; pelo PSD, 45; pelo PP, 44; além das demais legendas. Buscam a renovação do mandato 389 dos atuais deputados federais e 62 deputadas. A maioria dos 809 deputados estaduais que tentam a reeleição é filiada ao União Brasil (79) e ao MDB (79). O PL e o PT têm, cada um, 77 postulantes à reeleição, e o PP, 73. São 679 homens e 130 mulheres. 

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  • 30 // Ago // 2022
  • 10h30

Ipec: Bolsonaro é o candidato mais rejeitado, com 47%

Pesquisa do Ipec (ex-Ibope) divulgada nesta segunda-feira (15) pela Globo, aponta que o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), tem 47% de rejeição, enquanto o ex-presidente Lula (PT) tem 36%. Já o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) tem 18% de rejeição. A rejeição de Bolsonaro oscilou um ponto percentual para cima dentro da margem de erro em relação à pesquisa anterior, de 15 de agosto. Já a de Lula aumento três pontos percentuais. A pesquisa aponta que o ex-presidente Lula ((PT) lidera as intençõs de voto, com 44% , a frente do presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%, na eleição para a Presidência da República em 2022. Em um possível segundo turno,Lula também aparece na frente , com 50% . A pesquisa ouviu 2.000 pessoas entre os dias 26 e 28 de agosto em 128 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-01979/2022. 

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  • 30 // Ago // 2022
  • 09h43

Presidente chileno convoca embaixador do Brasil e protesta por fala de Bolsonaro

O presidente do Chile, Gabriel Boric, convocou, nesta segunda-feira (29), o embaixador do Brasil em Santiago, Paulo Roberto Soares, para consultas. Ele protestou contra as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), o acusando de "queimar o metrô" nos protestos de 2019. A informação foi confirmada pela chanceler Antônia Urrejola. "Consideramos essas acusações gravíssimas. Obviamente são absolutamente falsas e lamentamos que em um contexto eleitoral as relações bilaterais sejam aproveitadas e polarizadas por meio da desinformação e das notícias falsas", disse Urrejola. A reação é em resposta às declarações do presidente Bolsonaro durante o primeiro debate eleitoral, na noite de domingo, com os candidatos à Presidência da República. O presidente acusou seu homólogo de esquerda do Chile, Gabriel Boric, de estar por trás do incêndio de várias estações do metrô de Santiago durante os protestos que começaram em 18 de outubro de 2019 e que pediam uma maior igualdade social. "Lula apoiou o presidente do Chile também; o mesmo que praticava atos de tocar fogo em metrôs, e olha para onde está indo o nosso Chile", disse Bolsonaro, depois de enumerar o apoio de Lula a vários governos de esquerda na América Latina. "Convocamos o embaixador brasileiro para esta tarde na Chancelaria em nome do secretário-geral de política externa, onde lhe enviaremos uma nota de protesto", explicou Urrejola. 

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  • 29 // Ago // 2022
  • 17h00

Entidades em defesa do Jovem Aprendiz elevam pressão contra medida para flexibilizar programa

Entidades que têm se reunido há meses para defender o programa do jovem aprendiz contra investidas do governo Bolsonaro para flexibilizá-lo, aumentaram a pressão nos últimos dias. A medida provisória com as novas regras deve ser votada nesta segunda (29). A medida retira exigências como o número obrigatório de participantes do programa nas empresas e cria uma regra que permite a manutenção de aprendizes já efetivados por até doze meses, o que pode minguar a entrada de novos jovens. Entidades como o Ciee (Centro de Integração Empresa-Escola) e o Sinait (sindicato que representa os auditores fiscais do trabalho) afirmam que o governo tenta enfraquecer o conceito de aprendizagem no Brasil. Pelos cálculos do Sinait, mais de 600 mil vagas do programa podem acabar em até três anos. Humberto Casagrande, presidente do Ciee, afirma que os grupos contrários ao tema estão negociando com os deputados pela derrubada da medida provisória. “Esse pessoal que é contra os aprendizes não consegue revogar a lei de uma vez só. Então, eles fazem técnicas de guerrilha que vão matando vagas”, diz Casagrande. Havia um acordo entre o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e a deputada e relatora da MP, Celina Leão (PP-DF), para retirar todos os artigos que tratavam da condição dos jovens, porém, na semana passada, o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), derrubou o acordo e pediu a votação integral do texto.

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  • 29 // Ago // 2022
  • 08h01

ACM Neto crítica política de industrialização do interior baiano

O candidato a governador ACM Neto (União Brasil) afirmou no sábado (27), em Pau Brasil, que pretende liderar um novo ciclo de industrialização do interior da Bahia, a fim de recuperar os empregos nos menores municípios. Disse ainda que nos últimos 16 anos os governos petistas não estiveram comprometidos com o tema, e que por isso diversas empresas se mudaram para estados vizinhos. "Quando a gente olha para o interior da Bahia, percebe que nos últimos 16 anos não houve investimentos para que o interior crescesse. Com isso, as empresas deixaram a Bahia e foram para outros estados. E com elas, os empregos também foram embora. Tudo isso sob olhar complacente do governo do estado", discursou. Neto destacou que o seu plano de governo traz propostas para reindustrializar a Bahia de forma regionalizada, ou seja, explorando o potencial de cada porção do estado. "No passado, nós vimos a Bahia ter um ciclo de desenvolvimento industrial no interior, e é isso que eu quero recuperar. Vamos levar fábricas para o interior, dar oportunidade de emprego para as pessoas vencerem na vida", completou. Em Pau Brasil, o candidato do União Brasil participou de uma carreata e depois de um comício, nos seu primeiros eventos públicos ao lado da prefeita Babi de Prado (PSD), que deixou a base governista em julho e declarou apoio ao candidato de oposição. A agenda também contou com Cacá Leão (PP), candidato ao Senado da coligação Pra Mudar a Bahia. Em seu discurso, Babi de Prado pediu para que Neto ajudasse a criar empregos na microrregião de Pau Brasil, pois essa é a maior necessidade dos que nascem e crescem no município. "Prefeita, tendo ouvido o seu discurso, não posso deixar de destacar que, infelizmente, a Bahia está em primeiro lugar do Brasil em número de desempregados", respondeu Neto. "A prefeita pediu que, caso eu seja eleito, ajude a trazer uma indústria para Pau Brasil. E eu quero dizer que isso é possível. Mas, é preciso ter vontade política e é preciso ter um governador comprometido com a geração de empregos, coisa que a Bahia não teve nos últimos 16 anos", completou o candidato.

Mudar de verdade

ACM Neto afirmou que o maior desafio do próximo governador será fazer a Bahia "mudar de verdade". Ou seja, fazer com que a qualidade de vida do povo mude para além da realização de obras às vésperas da eleição e da realidade mostrada pela propaganda. "A gente não vai mudar de verdade com um governador que chega aos municípios apenas faltando alguns dias para a eleição e traz obras eleitoreiras, com o objetivo de enganar as pessoas. A gente só vai mudar de verdade se tiver um governador que trabalhe em todos os quatro anos de mandato, um governador que encare os graves problemas do estado", discursou. Sobre isso, Neto lembrou que a Bahia é campeã nacional de violência desde 2012 e é último lugar no país no ranking de qualidade da educação. Além do desemprego, já citado, também destacou o drama vivido pelos baianos na longa espera na fila da regulação. "Hoje existe um sistema que existe na saúde do estado que se chama QI, ou seja, 'quem indica'. Se é amigo do governador, se é deputado ligado ao governador, então passa na frente da fila e consegue internamento. Mas, comigo vai ser diferente. Comigo, todos os baianos terão direitos iguais de acesso à rede de saúde", disse. 

  • Foto: Clauber Cleber Caetano - PR
  • 27 // Ago // 2022
  • 10h52

Bolsonaro volta a atacar Moraes: 'daqui a pouco prendem filho meu por fake news'

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar na sexta-feira (26), o ministro Alexandre de Moraes, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devido à operação contra empresários acusados de defender um golpe de Estado no País caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições "Daqui a pouco prende um filho meu por fake news. O Carlos é o tempo todo visado", declarou o chefe do Executivo, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan. Candidato à reeleição, Bolsonaro acusou Moraes de tentar prejudicá-lo e disse que o ministro busca poder. "Esse ministro escala o seu delegado da Polícia Federal e ele determina que faça isso ou aquilo. E quando o delegado, por ordem dele, pede para realizar uma busca e apreensão, não é a Polícia Federal. É ele que quer fazer isso daí. É uma interferência buscando atingir seus objetivos, que no meu entender é o poder", disse o presidente da República. "Você pode ver, o que faltou para prender esses oito empresários agora? Nada", disse Bolsonaro. O chefe do Executivo lembrou do perdão que concedeu ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques à democracia. "Eu não posso arranjar confusão com a minha consciência. Daqui a pouco prendem um filho meu por fake news. O Carlos é visado o tempo todo", disse o presidente, sobre confrontar o Supremo. Bolsonaro também afirmou que o País caminha para uma ditadura, mas não por causa dele. "Quando se fala em caminho para a ditadura, o Brasil está indo, sim, está caminhando, não com a velocidade que estaria se estivesse o Haddad no meu lugar, mas não é pelo chefe do Executivo", disse. "Geralmente quem conspira e quem se prepara para ficar no Poder é o chefe do Executivo, que tem a tropa na mão. É exatamente ao contrário, é um outro lado. Por quê? A gente não sabe por que essa pessoa age dessa maneira", emendou, em mais uma referência a Moraes. Na quinta-feira, em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro subiu o tom contra o Moares e pediu explicações sobre a operação da PF contra empresários bolsonaristas. "A gente espera aí que o digníssimo Alexandre de Moraes apresente a fundamentação dessa operação o mais rápido possível, porque agora eu estou vendo que a escalada contra a liberdade, aquilo que eu sempre tenho falado, tem se avolumado em cima destes empresários", declarou. Os alvos da operação foram os empresários Luciano Hang, da Havan; José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan; Ivan Wrobel, da Construtora W3; José Koury, do Barra World Shopping; André Tissot, do Grupo Serra; Meyer Nigri, da Tecnisa; Marco Aurélio Raimundo, da Mormaii; e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu. Em mensagens num grupo de WhatsApp, reveladas pelo site Metrópoles, eles defenderam um golpe, caso Lula vença Bolsonaro em outubro.

  • Foto: Patrick Cassiano - Blog Regional
  • 26 // Ago // 2022
  • 08h40

Bacelar é eleito um dos melhores deputados do Brasil pelo Prêmio Congresso em Foco

O deputado federal Bacelar (PV) foi eleito um dos melhores deputados do Brasil pelo Prêmio Congresso em Foco 2022. A cerimônia ocorreu nesta quinta-feira (26). “Escolhido pelo júri especializado recebi hoje essa linda homenagem. A premiação está em sua 15ª edição e é considerada o ‘Oscar da Política Brasileira’. Estou imensamente feliz! Agradeço ao povo baiano por ter me concedido a cadeira de Deputado Federal para poder ser reconhecido pelo trabalho que venho desempenhando”, disse o parlamentar. Outros deputados também foram premiados, como Alessandro Molon (PSB-RJ) e Orlando Silva (PCdoB-SP).

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  • 25 // Ago // 2022
  • 11h00

Pesquisa Datafolha: 47% aprovam atual gestão do governador Rui Costa na Bahia e 16% reprovam

O Instituto Datafolha realizou 1008 entrevistas no Estado da Bahia, distribuídas em 63 municípios, entre os dias 22 e 24 de agosto, levantamento este encomendado pela Rádio "Metrópole", o qual revelou que 47% dos entrevistados aprovam a gestão do governador Rui Costa (PT) na Bahia, 16% reprovam e 33 % a avaliam como regular. A aprovação ao governador é mais alta entre os católicos (54%, ante 37% entre os evangélicos), entre os simpatizantes do PT (57%) e entre os eleitores de Jerônimo (70%). Por outro lado, as taxas de reprovação mais altas estão entre os eleitores de João Roma, do PL (33%). Entre os eleitores de ACM Neto, os índices de aprovação de Rui Costa são semelhantes aos encontrados entre os eleitores baianos: 46% aprovam a gestão Rui Costa, 35% consideram regular e 17% reprovam. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral como os códigos BA-01548/2022 e BR-05675/2022.

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  • 24 // Ago // 2022
  • 16h00

Governo planeja transferir imóveis federais para fundo com sócio privado

O Ministério da Economia planeja transferir imóveis federais para um fundo de investimento com participação de sócios privados. As conversas entre governo e mercado financeiro para a primeira experiência do tipo já começaram e o lançamento está previsto para ainda este ano. O modelo é uma aposta da equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) para impulsionar negócios com esses ativos, mas em uma escala ainda bem longe do potencial de venda de R$ 1 trilhão em imóveis já citados pelo chefe da equipe econômica no início do governo. O universo de imóveis considerados alienáveis pelos técnicos reúne cerca de R$ 97 bilhões, mas nem toda carteira será colocada à disposição de forma imediata. A ideia do governo é lançar alguns fundos para ir testando o modelo. Embora previsto na lei desde 2015, o formato nunca foi aplicado na prática devido a uma série de discussões preparatórias.

O Ministério da Economia planeja transferir imóveis federais para um fundo de investimento com participação de sócios privados. As conversas entre governo e mercado financeiro para a primeira experiência do tipo já começaram e o lançamento está previsto para ainda este ano. O modelo é uma aposta da equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) para impulsionar negócios com esses ativos, mas em uma escala ainda bem longe do potencial de venda de R$ 1 trilhão em imóveis já citados pelo chefe da equipe econômica no início do governo. O universo de imóveis considerados alienáveis pelos técnicos reúne cerca de R$ 97 bilhões, mas nem toda carteira será colocada à disposição de forma imediata. A ideia do governo é lançar alguns fundos para ir testando o modelo. Embora previsto na lei desde 2015, o formato nunca foi aplicado na prática devido a uma série de discussões preparatórias.

VEJA QUE IMÓVEIS O GOVERNO PODE TRANSFERIR PARA O FUNDO
Os imóveis elegíveis são aqueles que não possuem um fim específico, sejam eles terrenos, galpões ou prédios desocupados. As destinações possíveis variam entre logística, desenvolvimento de empreendimentos residenciais e espaços comerciais. O Ministério da Economia já contratou a B3 para fornecer assessoria técnica e apoio operacional na promoção da sessão pública de licitação que selecionará os consórcios administradores dos fundos. O próximo passo é concluir a seleção dos imóveis que integrarão o cardápio do primeiro edital. O programa será batizado de “Incorpora, Brasil – Fundos Imobiliários Federais”. A Secretaria Especial de Desestatização, Desenvolvimento e Mercados, que administra os imóveis da União, tem discutido internamente a criação de ao menos dois fundos: um logístico, com imóveis e terrenos próximos a rodovias e outros locais estratégicos para a movimentação de mercadorias, e outro comercial, com edificações atrativas para esse tipo de negócio. No fundo logístico, por exemplo, devem ser incluídos ativos como galpões e terrenos. Entre os exemplos obtidos pela Folha está um terreno de 256 mil metros quadrados em Uberlândia (MG), onde há também um galpão de 26 mil metros quadrados. Outro imóvel selecionado é um terreno de 40,4 mil metros quadrados em Bernardino de Campos (SP), que abriga um galpão de 17,1 mil metros quadrados. Há ainda a oferta de um terreno de 87,7 mil metros quadrados em Birigui (SP), sem benfeitorias. No fundo comercial, o cardápio ainda não está fechado, mas há a expectativa de incluir construções em localidades nobres de Brasília, capital federal. Futuramente, outros fundos com perfis específicos poderão ser lançados, uma vez que a União tem hoje uma carteira ampla, que inclui também apartamentos e terrenos em áreas residenciais. O Congresso também aprovou neste ano uma autorização para que imóveis administrados pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) também sejam alienados por meio dos fundos, desde que os rendimentos sejam revertidos à Previdência Social.

ENTENDA O QUE MUDARIA COM OS FUNDOS DE INVESTIMENTO
Para integrantes do governo, o uso dos fundos de investimento dará mais flexibilidade tanto à União quanto aos investidores interessados. Hoje, na venda direta, a administração federal cobra o pagamento à vista do valor integral do imóvel, sem financiamento, o que é um entrave para compradores dados os valores envolvidos. Há também dificuldade na gestão desses ativos, que acabam se deteriorando com o tempo. Sob a administração dos fundos, a aposta do governo é que os imóveis possam ser desmembrados, revitalizados ou gerenciados de maneira a viabilizar negócios mais atrativos para potenciais interessados em alugá-los ou comprá-los. Defensores do formato argumentam que a União não tem como fazer isso sozinha, pois não tem “vocação de imobiliária”. Na largada, os fundos devem ser constituídos com 90% de participação da União e 10% de sócios privados. Enquanto o governo integraliza suas cotas com os imóveis, os sócios privados colocarão sua parte em dinheiro, que será usado para bancar estudos e estratégias de desenvolvimento dos ativos. No futuro, os fundos poderão emitir novas cotas para captar mais recursos junto ao setor privado e conseguir fazer reformas ou desenvolver projetos que contribuam para tornar os imóveis ainda mais atrativos para investidores. A expectativa do governo é que, com uma gestão profissional, as cotas se valorizem, beneficiando a União. Os ganhos, porém, não serão imediatos. As regras de funcionamento de um FII (Fundo de Investimento Imobiliário), regidas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), impedem o resgate antecipado de cotas, mas o governo pode, se quiser, vendê-las a preço de mercado e lucrar com a valorização. A União também receberá dividendos, pagos a partir da rentabilidade desses fundos com vendas e aluguéis. No entanto, os próprios editais de criação dos fundos devem prever uma espécie de prazo de carência até o início dos repasses, para permitir a maturação das operações antes de se começar a remunerar os investidores. Mesmo assim, há a expectativa de que os rendimentos sejam superiores ao obtido com a venda direta dos imóveis pela União, que tem rendido cerca de R$ 200 milhões ao ano. GOVERNO JÁ SONDOU INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, COMO BTG PACTUAL E ITAÚ BBA A avaliação do governo é que o apetite pela criação dos fundos é grande. Em sondagens feitas no início do ano, participaram representantes de 14 instituições financeiras que atuam nesse mercado, entre elas Genial Investimentos, Itaú BBA, Santander Asset e BTG Pactual. Os preparativos finais para o lançamento do programa são discutidos na esteira de uma decisão do TCU (Tribunal de Contas da União) que, na prática, facilitou os planos de Guedes de avançar na venda de imóveis do governo federal. Conforme mostrou a Folha, o plenário da Corte de contas liberou o governo federal a transferir imóveis públicos de propriedade da União para um fundo privado sem que essa operação precise ser registrada no Orçamento. A liberação abriu divergências internas entre técnicos do próprio tribunal. A defesa de uma das secretarias do TCU era de que as operações fossem incluídas no Orçamento, inclusive para que os aportes passassem pelo crivo do Legislativo. Outra área argumentou que o registro não era necessário porque a transação não envolve movimentação de recursos financeiros —posição que acabou prevalecendo. A deliberação ocorreu após uma consulta formulada pelo Ministério da Economia sobre como registrar a operação, que consiste no uso dos imóveis para a integralização de cotas de FII —na prática, repassar os bens para o fundo. Um dos temores entre os defensores da medida era o de que a integralização das cotas precisasse disputar espaço dentro do teto de gastos (regra que limita o avanço das despesas federais à inflação). Sem passar pelo Orçamento, não haverá esse risco. O próprio tribunal, porém, ressaltou que, quando a União resgatar suas cotas dos fundos ou receber dividendos, as receitas obtidas precisarão estar no Orçamento. O processo no TCU foi relatado pelo ministro Jorge Oliveira, que já foi ministro-chefe da Secretaria-Geral do governo de Jair Bolsonaro (PL). Ele era próximo ao presidente, que o indicou para ocupar uma cadeira no tribunal.

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  • 24 // Ago // 2022
  • 15h00

Ministros do STF dizem que Bolsonaro pode dialogar com Moraes, mas que crimes não estão liberados

O fato de Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes estabelecerem pontes na tentativa de manutenção de um diálogo institucional civilizado não significa que o Código Penal foi suspenso e que aliados do presidente da República vão poder cometer crimes impunemente. A opinião é de magistrados da Corte, que criticam a conclusão de que Moraes teria interrompido uma tentativa de entendimento de Bolsonaro com ele ao determinar uma operação de busca e apreensão na casa de empresários bolsonaristas que pregavam o golpe militar. De acordo com um dos ministros do STF, não há como estabelecer uma trégua que implique na aceitação de ameaças à ordem democrática e ao Estado de Direito, um dos crimes mais graves previstos na Constituição. Em seu artigo 5º, a Carta Magna afirma que constitui crime inafiançável o atentado contra a ordem constitucional e o estado Democrático. Assim, o diálogo entre Bolsonaro e Moraes pode seguir, mas, de acordo com colegas do ministro no STF, precisa se dar em um ambiente civilizado. O que bolsonaristas querem, disse o mesmo magistrado, de maneira figurada, é “ordem para matar”, mas ela “não será dada”. Integrantes do governo Bolsonaro que ainda apostam em algum tipo de entendimento afirmam que o diálogo com o STF nunca abrangeu inquéritos policiais, mas, sim, a transparência das urnas. E que as tentativas de um acordo em torno do tema devem seguir.

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  • 24 // Ago // 2022
  • 14h00

Câmara fica ‘mais negra’ com registro de candidaturas de 2022

O número de parlamentares negros na Câmara dos Deputados aumentou mesmo antes da eleição. A atual composição da Casa contava com 122 deputados federais declarados pardos ou pretos (23,8%), quantidade que agora subiu para 134 (26,1%). Isso porque 42 parlamentares eleitos como brancos em 2018, entre titulares e suplentes que assumiram o cargo durante a legislatura, fizeram essa alteração nos registros apresentados para o pleito deste ano. Outros 29, por sua vez, foram eleitos como pretos ou pardos e, nesta edição, se registraram como brancos —há ainda um deputado que se considerava pardo e agora mudou a autodeclaração para indígena. Ao todo, 77 dos atuais deputados alteraram a declaração de cor para concorrer neste ano. São 15,5% dos 497 parlamentares em exercício que tentam um novo mandato, independentemente do cargo a que concorrem agora.

O número de parlamentares negros na Câmara dos Deputados aumentou mesmo antes da eleição. A atual composição da Casa contava com 122 deputados federais declarados pardos ou pretos (23,8%), quantidade que agora subiu para 134 (26,1%). Isso porque 42 parlamentares eleitos como brancos em 2018, entre titulares e suplentes que assumiram o cargo durante a legislatura, fizeram essa alteração nos registros apresentados para o pleito deste ano. Outros 29, por sua vez, foram eleitos como pretos ou pardos e, nesta edição, se registraram como brancos —há ainda um deputado que se considerava pardo e agora mudou a autodeclaração para indígena. Ao todo, 77 dos atuais deputados alteraram a declaração de cor para concorrer neste ano. São 15,5% dos 497 parlamentares em exercício que tentam um novo mandato, independentemente do cargo a que concorrem agora. A mudança ocorre às vésperas da primeira eleição nacional na qual haverá destinação de dinheiro do financiamento de campanha para candidaturas de pessoas negras. Considerando todos os cargos em disputa, 1.342 postulantes mudaram a autodeclaração racial no novo pedido de candidatura, em relação à que haviam apresentado no pleito anterior. Isso representa 21,1% daqueles que concorreram em 2018 e voltaram a se candidatar neste ano. A troca mais frequente foi de branca para parda (549). Em dezembro de 2021, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aprovou resolução que estabeleceu regras de distribuição dos recursos do fundo eleitoral para este ano. As legendas precisam distribuir o dinheiro para financiamento de campanha de forma proporcional para candidatos negros e brancos, levando em consideração o número de postulantes em cada partido. Além disso, a partir deste ano os votos dados a candidatas mulheres ou a candidatos negros para a Câmara dos Deputados serão contados em dobro na definição dos valores do fundo partidário e do fundo eleitoral distribuídos aos partidos políticos. A medida será válida até 2030. Para o cálculo, o TSE considera candidaturas negras aquelas registradas pelos postulantes autodeclarados como pretos ou pardos. A disputa por uma vaga na Câmara terá neste ano um recorde de participação de candidatos declarados negros. Foram inscritos 4.932 postulantes pardos ou pretos, o equivalente a 47,7% do total. No pleito anterior, eram 3.561 concorrentes negros, ou 41,7%. Diante das novas regras, o Brasil registrou também um recorde no total de candidaturas de pessoas negras e de mulheres em uma eleição geral (49,6% e 33,4%, respectivamente). Reportagem da Folha no mês de junho revelou que registros irregulares na identificação racial de políticos inflaram de maneira artificial a quantidade de negros entre os 513 membros da Câmara dos Deputados. Segundo dados oficiais do TSE, foram eleitos 124 deputados negros em 2018. Levantamento da Folha, contudo, mostra que esse número era menor. A reportagem procurou 38 deputados que se autodeclararam negros na época (como pretos ou pardos), mas que teriam dificuldade de passar por uma banca de heteroidentificação, como as que avaliam se uma pessoa pode se inscrever como cotista num vestibular. Oito deles afirmaram que são brancos e que houve erro no registro da candidatura. Os demais não se manifestaram. Ou seja, de acordo com essas respostas, o total de negros diminuiria no mínimo para 116, mas poderia cair para até 86. Desses oito, apenas a deputada Mariana Carvalho (Republicanos-RO) manteve a autodeclaração como parda neste ano. Jorge Solla (PT-BA), Fábio Mitidieri (PSD-SE), Luiz Lima (PL-RJ), Léo de Brito (PT-AC), Zé Carlos (PT-MA), Flávio Nogueira (PT-PI) e Ricardo Teobaldo (Podemos-PE) se registraram como brancos. O MPE (Ministério Público Eleitoral) notificou os diretórios de todos os partidos políticos no estado de São Paulo e cobrou esclarecimentos sobre erros nos dados raciais no registro de candidatos a deputado federal. Na ação, que teve como base o texto do jornal, o MPE solicita que as legendas retifiquem dados de parlamentares com mandato em curso e adotem medidas para evitar a inserção errada de novos dados. Até o momento, pelo menos 29 desses deputados federais que estavam registrados como negros em 2018 corrigiram a autodeclaração e se registraram como brancos para o atual pleito. A Folha fez um novo levantamento e entrou em contato com os 42 deputados em exercício que mudaram a autodeclaração de branco para negro nos registros para a eleição de 2022. Eles foram questionados sobre a mudança e se eles se sentiam aptos a receber a verba destinada a candidaturas negras. Até a publicação da reportagem, seis retornaram. A maioria dos deputados que mudaram o registro de branco para negro em 2022 possivelmente teria dificuldades em passar por uma banca de heteroidentificação. Embora a questão racial no Brasil seja autodeclaratória, órgãos que aplicam políticas afirmativas costumam utilizar esse tipo de banca para evitar que o benefício vá para pessoas que não são identificadas socialmente como negras. Entre os políticos que responderam à reportagem, a assessoria do deputado Professor Israel Batista (PSB-DF) informou em nota que “a simples declaração do candidato como pardo no registro de sua candidatura não afeta a quantidade de recursos a ser destinada a ele pelo partido”. Segundo o texto, a prova disso é que a “ata da convenção eleitoral do PSB-DF não inclui o professor entre os que se autodeclaram negros para fins da destinação de recursos”. Outros dois parlamentares informaram que houve erro no preenchimento das informações e que já estavam providenciando uma petição para a alteração do registro. É o caso dos deputados Fernando Monteiro (PP-PE) e Christiane Yared (PP-PR). A assessoria do deputado Luís Miranda (Republicanos-SP) informou em nota que o registro do parlamentar está correto. “Nas eleições de 2018, o formulário foi preenchido por terceiros e a informação passou desapercebida. Em 2022, por regulamentação do TSE, foi necessário observar com maior atenção o preenchimento desse dado.” O deputado Denis Bezerra (PSB-CE) também confirmou a mudança no registro. “Entendi ser necessária a mudança para melhor retratar a minha cor/raça. Sou pardo”, disse. “Não há qualquer relação entre a recente mudança eleitoral citada com a minha declaração de cor, já que tendo ou não tendo verba destinada a candidaturas negras, continuarei sendo pardo.” O candidato Da Vitória (PP-ES) informou que fez a mudança porque anteriormente o registro estava errado. “Sou pardo, como consta em minha certidão de nascimento. Não considero a cor como algo determinante para receber recurso público. Fui fiel à minha raça”, afirmou o parlamentar. Além disso, 420 dos atuais deputados federais que são novamente candidatos não mudaram suas autodeclarações neste ano. Entre eles estão parlamentares como Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, e Flávia Arruda (PL-DF), autodeclarados pardos. Assim, ambos também terão direito ao benefício destinado a pessoas negras. Procurada, a assessoria do Arthur Lira informou que ele não comenta o assunto.

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  • Foto: Antônio Cruz - Agência Brasil
  • 24 // Ago // 2022
  • 10h30

‘Ação do ministro Alexandre de Moraes contra empresários é lamentável’, diz Mourão

Após a Polícia Federal cumprir mandados de busca contra empresários bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado caso Lula (PT) vença Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, o vice-presidente da República, General Hamilton Mourão (Republicanos), avaliou, na terça-feira (23), a ação como “lamentável”. “A ação do ministro Alexandre de Moraes contra empresários brasileiros é lamentável. Num momento vital para o país, próximo à eleição, não posso concordar com mais essa atitude autoritária e ilegal. Abusos como esses motivaram ingleses a formar o artigo 39 da Carta Magna de 1215”, escreveu o candidato ao Senado nas redes sociais. As buscas, autorizadas pelo ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, tiveram como alvos Luciano Hang, da Havan, José Isaac Peres, da rede de shopping Multiplan, Ivan Wrobel, da Construtora W3, José Koury, do Barra World Shopping, André Tissot, do Grupo Serra, Meyer Nirgri, da Tecnisa, Marco Aurélio Raimundo, da Mormai, e Afrânio Barreira, do Grupo Coco Bambu. Após o cumprimento das ordens judiciais, Moraes determinou o bloqueio de contas bancárias e das redes sociais de empresários investigados. O ministro também pediu a quebra de sigilo financeiro dos investigados.

 

  • Foto: Reprodução
  • 23 // Ago // 2022
  • 13h00

Bolsonaro fez oração com Flávio e assessores antes de entrevista ao JN

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados mais próximos fizeram uma oração nesta segunda-feira (22) momentos antes de o chefe do Executivo conceder entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo. Um vídeo compartilhado por assessores do mandatário por aplicativo de mensagem mostra Bolsonaro ao lado dos ministros da Economia, Paulo Guedes, das Comunicações, Fábio Faria, do chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, do secretário Nacional de Justiça, Vicente Santini, do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e do coordenador de comunicação da campanha, Fábio Wajngarten rezando um Pai Nosso. No vídeo, Wajngarten sugere que seja feita a oração e Bolsonaro concorda com a ideia. Ele diz que já tinha orado e aceita fazer uma nova oração. “Acho que vale a gente fazer uma mentalização positiva para o senhor”, diz o coordenador de comunicação. A entrevista do presidente ao Jornal Nacional era considerada pela campanha um dos momentos mais importantes da campanha eleitoral a fim de alavancar o desempenho do mandatário nas pesquisas. Por outro lado, também havia o medo de que um escorregão do presidente prejudicasse sua imagem. Ao final, aliados avaliaram que a participação do presidente no programa teve um saldo positivo, principalmente por ele não ter perdido o equilíbrio nos 40 minutos em que respondeu a perguntas dos apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos. A maior preocupação do entorno de Bolsonaro era que ele pudesse perder o equilíbrio e cometer grosserias, especialmente com a apresentadora Renata Vasconcellos. Na avaliação deles, o presidente manteve o controle e evitou atritos excessivamente com a apresentadora. A rejeição entre as mulheres é um dos principais empecilhos de Bolsonaro. Um comentário machista ou agressivo poderia ser danoso para a imagem do presidente junto a esse eleitorado, segundo seus aliados. Na entrevista, Bolsonaro colocou condições para aceitar os resultados das eleições e mentiu, durante sabatina no Jornal Nacional, ao tratar de ações na pandemia da Covid-19 e ao negar que tenha xingado ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

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