Na noite desta quarta-feira (13), o plenário do Senado aprovou as indicações do presidente Lula (PT) para duas posições cruciais na esfera jurídica do país. Flávio Dino, 55, atual ministro da Justiça, foi confirmado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), enquanto Paulo Gonet, 62, procurador-geral eleitoral interino, foi aprovado para liderar a Procuradoria-Geral da República (PGR). Dino recebeu 47 votos a favor e 31 contra, com duas abstenções, enquanto Gonet obteve uma aprovação mais ampla com 65 votos a favor e apenas 11 contrários, além de uma abstenção. Ambos os candidatos superaram o mínimo necessário de 41 votos dos 81 senadores, em votação secreta, para terem seus nomes ratificados. As indicações passaram primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, onde Dino e Gonet foram aprovados com 17 e 23 votos a favor, respectivamente. A sabatina conjunta dos candidatos, uma estratégia inédita e considerada superficial para cargos de tal magnitude, foi conduzida sob a liderança do presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), com o apoio do governo Lula. O objetivo era minimizar a possibilidade de contratempos, especialmente em relação à indicação de Dino, que enfrentou resistência da oposição. Durante a sessão, Dino evitou ironias e resistiu a provocações, enfatizando que não entraria em debates políticos. A indicação de Dino para substituir a ministra aposentada Rosa Weber no STF foi uma decisão de Lula, apesar da pressão de setores da esquerda para manter a representação feminina na corte. Com a entrada de Dino, a corte será composta por dez homens e apenas uma mulher, a ministra Cármen Lúcia. Por outro lado, Gonet, que já desempenhou papel significativo na Procuradoria Eleitoral, foi escolhido após uma intensa busca de Lula por candidatos adequados. Sua aprovação é vista como uma vitória para os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, que apoiaram tanto Gonet quanto Dino. Os candidatos enfrentaram o desafio de separar suas carreiras políticas de suas futuras funções jurídicas. Dino, com uma trajetória diversificada que inclui experiência como juiz, deputado federal, governador do Maranhão e ministro, usou uma analogia de futebol para explicar a diferença entre os papéis de juiz e político. Gonet, ao ser aprovado para a PGR, representa uma mudança em relação aos procuradores-gerais que atuaram durante a Lava Jato, como Rodrigo Janot. O governo Lula, crítico da operação, busca um procurador-geral que não avance contra a classe política. A confirmação de Dino e Gonet contou com o apoio de ministros do governo Lula e do STF, que trabalharam junto aos senadores para garantir a aprovação. Ministros com mandatos no Senado, como Camilo Santana, Carlos Fávaro, Renan Filho e Wellington Dias, se licenciaram temporariamente de suas pastas para participar da votação. Esta decisão reflete a importância estratégica dessas nomeações para o governo Lula e o cenário político atual do Brasil.