Nos últimos dias, tem crescido o movimento para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolha uma mulher negra para a primeira vaga disponível no Supremo Tribunal Federal (STF), após a aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski. A possibilidade tem o apoio de parte dos setores do governo, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Aniele Franco, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. O ministro Edson Fachin, que atualmente faz parte do STF, também se manifestou a favor dessa indicação. Um nome que agrada aos ministros do STF é o da advogada Vera Lúcia Santana de Araújo, de 62 anos, natural de Livramento de Nossa Senhora. Vera é neta de lavadeira e filha de professora, e mudou-se para Brasília aos 18 anos para estudar. A advogada é integrante da Executiva Nacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia-ABJD e ativista da Frente de Mulheres Negras do DF e Entorno. Ela também esteve na lista tríplice escolhida pelo tribunal para uma vaga de substituta no Tribunal Superior Eleitoral no ano passado, sendo a terceira mais votada. Vera Araújo é reconhecida por suas atuações contra a ditadura militar e já foi secretária-adjunta de Igualdade Racial do Distrito Federal, na gestão do PSB. Ela advoga em questões que envolvem racismo e integra a Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, grupo que apoiou a candidatura de Lula. Apesar de seu histórico de atuação em defesa dos direitos humanos e de sua indicação ter apoio de diversos setores, a escolha do próximo ministro do STF é uma decisão do presidente Lula, que pode optar por outros nomes que estejam em análise.