Um médico que atendia na Unidade de Saúde da Família (USF) do Vale do Capão, localizada no município de Palmeiras, Bahia, foi acusado de importunação e assédio sexual contra menores. Segundo as denúncias, o médico se aproveitava da sua posição para importunar adolescentes pelas redes sociais e teria assediado uma estagiária da unidade. A polícia confirmou a existência de três boletins de ocorrência registrados contra o médico por importunação sexual. Os casos teriam ocorrido há meses, mas as vítimas não conseguiram denunciá-lo anteriormente por medo. A delegada substituta em Palmeiras, Mariella Silvério, afirmou que além das mulheres que registraram a queixa, outras vítimas apareceram. Uma das vítimas, cuja identidade será preservada, relatou que era assediada presencialmente e nas redes sociais desde 2019, quando tinha apenas 15 anos. Antes dos assédios começarem, ela considerava o profissional como um amigo. O caso gerou grande repercussão e revolta no Capão após o surgimento de um perfil de Instagram que expôs as acusações. O médico foi afastado, porém, retornaria às atividades na última segunda-feira (20), o que gerou protestos do Coletivo Maria Moça. O grupo defende que o acusado não deve voltar a atender na USF enquanto as investigações não forem concluídas. A Prefeitura de Palmeiras instituiu uma Comissão Processante para apurar o caso, mas o procurador do município, Saulo Queiroz, explicou que o profissional é vinculado ao programa Mais Médicos e que o afastamento só poderia ser feito com o aval do Ministério da Saúde. O ministério informou a abertura do processo administrativo correspondente, mas ainda não tem uma decisão. O caso corre sob sigilo para proteger as vítimas, mas as acusações contra o médico são graves e devem ser apuradas com rigor pelas autoridades competentes. O Coletivo Maria Moça e outras organizações da sociedade civil cobram que o acusado seja afastado das suas atividades enquanto as investigações não forem concluídas.