Após quase um mês de investigações, a Polícia Civil do Ceará concluiu que a vereadora Yanny Brena Alencar, de 26 anos, foi vítima de feminicídio seguido de suicídio pelo seu ex-companheiro, Rickson Pinto, de 27 anos. Segundo as autoridades, o crime aconteceu no dia 3 de março, quando Yanny foi agredida e morta por asfixia antes de ser pendurada em uma corda ainda viva por Rickson, que em seguida se suicidou. De acordo com as investigações, o relacionamento do casal havia chegado ao fim e Yanny teria terminado a relação um dia antes do crime. Rickson, que não aceitava o término, teria planejado simular um duplo suicídio para tentar ocultar o crime. Os laudos da Perícia Forense do Estado mostraram que Yanny reagiu ainda viva quando foi colocada na corda, indicando que ela tentou se defender. Os exames também apontaram que a causa da morte de ambos foi asfixia. Mais de 25 testemunhas foram ouvidas no caso e analisadas mais de 60 horas de filmagens de câmeras de segurança da região onde o casal morava. A polícia descartou a hipótese de que uma terceira pessoa estivesse envolvida no crime, já que não havia sinais de arrombamento na residência. Yanny era médica e exercia seu primeiro mandato como vereadora pelo PL, tendo sido eleita no pleito de 2020 com 3.956 votos. Ela assumiu a presidência da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte no início deste ano. Rickson se apresentava como atleta de vaquejada, mas não tinha uma ocupação fixa, segundo as investigações. Ele deixou uma filha. O caso chocou a população de Juazeiro do Norte e chamou a atenção para a violência contra a mulher no estado do Ceará e no país como um todo. O feminicídio, crime que envolve violência doméstica e o assassinato de mulheres pelo fato de serem mulheres, é considerado um dos principais problemas de segurança pública no Brasil.