O partido União Brasil, terceiro maior partido da Câmara dos Deputados, está aumentando a pressão por mais espaços não apenas no governo do presidente Lula (PT), mas também nas gestões do Governo de São Paulo, comandado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), e na Prefeitura da capital paulista, gerida por Ricardo Nunes (MDB). A negociação de cargos em troca de apoio em votações no Legislativo tem gerado atritos da legenda com os três entes da federação nas últimas semanas, conforme noticiado pela Folha. No plano nacional, a União Brasil preservou seu espaço na Esplanada dos Ministérios com a posse do deputado federal Celso Sabino (PA) na pasta do Turismo. A legenda domina outros dois ministérios, das Comunicações e Integração. Apesar da ascensão de Sabino, membros da sigla afirmam que ainda falta diálogo e identidade programática com o governo federal, embora acreditem que sua presença ajudará a ampliar a base de apoio ao presidente Lula. O partido pleiteia ainda a Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e os Correios, demonstrando sua independência em relação ao governo Lula, com a possibilidade de não entregar votos favoráveis a projetos com os quais não concordem. "A posição de independência do partido em nível nacional está preservada a despeito de qualquer mudança ministerial", afirma ACM Neto, secretário-geral da legenda. Em São Paulo, a União Brasil apoiou Tarcísio de Freitas no segundo turno das eleições estaduais em troca de fazer parte da administração. Na Assembleia Legislativa, declaram-se independentes e chegaram a contribuir para uma derrota de um bolsonarista no mês passado. Na capital, o partido faz parte da base de Ricardo Nunes, mas ameaça ter um candidato próprio à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Kim Kataguiri (SP), ao invés de apoiar a reeleição do atual prefeito.