Ministro Alexandre de Moraes do STF autoriza quebra de sigilo fiscal e bancário de Jair Bolsonaro e Michelle
O ministro Alexandre de Moraes, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo fiscal e bancário do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle. Essa decisão ocorreu como parte de uma investigação que visa esclarecer se os recursos provenientes da venda de joias foram direcionados ao ex-presidente. A medida foi tomada após uma operação que ocorreu na sexta-feira passada (11), a qual focou em um esquema suspeito de desvio e venda de bens recebidos pela Presidência da República durante missões oficiais, como os conjuntos de joias que foram presenteados pela Arábia Saudita. O ministro Moraes também deu aval ao pedido de cooperação internacional feito pela Polícia Federal (PF) para solicitar aos Estados Unidos a quebra do sigilo bancário dos indivíduos sob investigação. Conforme informações apuradas pela equipe do UOL, o advogado e assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, foi procurado para comentar o assunto, mas um posicionamento ainda está sendo aguardado. Por sua vez, o advogado de Michelle, Daniel Bialski, optou por não comentar sobre a decisão. Segundo a Polícia Federal, há indícios de que os recursos gerados pelas vendas das joias eram repassados a Jair Bolsonaro em dinheiro em espécie. Outros elementos que contribuem para a suspeita de participação do ex-presidente incluem o fato de que as joias eram levadas para o exterior durante viagens presidenciais, utilizando aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB). De acordo com manifestação da Polícia Federal ao STF, "os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores". Após a operação da Polícia Federal, a defesa de Jair Bolsonaro emitiu um comunicado na semana passada, onde afirmou: "A defesa do presidente Jair Bolsonaro voluntariamente, e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU —ainda em meados de março, p.p.—, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito".
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