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  • 04 // Jan // 2024
  • 08h50

MPF Pede condenação de Júlio Cocielo por racismo e reforça ausência de humor em postagens

O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a condenação do influenciador Júlio Cocielo por racismo. O MPF identificou nove ocasiões entre 2011 e 2018, nas quais Cocielo, em publicações no antigo Twitter (X), teria expressado preconceito racial. Uma das mensagens citadas no processo inclui: "o brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas, mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros". Outras postagens mencionadas incluem comentários como "nada contra os negros, tirando a melanina..." e uma referência à velocidade do jogador francês afrodescendente Kylian Mbappé. Após a repercussão negativa de suas publicações em junho de 2018, Cocielo apagou cerca de 50 mil tweets e emitiu um pedido de desculpas. A assessoria do influenciador, contatada pelo F5, não respondeu às solicitações de comentário. O procurador da República João Paulo Lordelo, destacando a denúncia, enfatizou que a liberdade de expressão deve ser exercida em consonância com outros direitos fundamentais e que não admite manifestações que incitem ao racismo. Ele ressaltou que as mensagens de Cocielo são desprovidas de qualquer tom cômico, crítica social ou ironia, demonstrando claramente o desprezo do réu pela população negra. Cocielo foi denunciado com base no artigo 20 da Lei nº 7.716/89 (Lei do Racismo), que prevê pena de até cinco anos de prisão para cada ato de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, com agravante por terem sido veiculadas em rede social. A denúncia inicial partiu do Ministério Público do Estado de São Paulo, sendo o caso transferido para o MPF em 2022. As alegações finais foram apresentadas em novembro de 2023, com a Justiça Federal tornando o processo público em dezembro do mesmo ano, atendendo a um pedido do MPF.



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