Venezuela: Nicolás Maduro defende sistema eleitoral e reage a críticas após reeleição
Nicolás Maduro, declarado vencedor das eleições presidenciais na Venezuela, fez uma defesa contundente do sistema eleitoral do país em um comício de vitória realizado na madrugada desta segunda-feira (29) em frente ao Palácio de Miraflores. Em seu discurso, Maduro afirmou que o sistema eleitoral venezuelano possui "altíssimo nível de segurança", mencionando que foram realizadas 16 auditorias. "Me digam, em que países há auditoria?" questionou, embora tenha se abstido de nomear países específicos. Recentemente, Maduro havia criticado o sistema de auditoria das urnas eletrônicas no Brasil, embora sem apresentar evidências. Com 51,2% dos votos, Maduro foi reeleito para mais um mandato, enquanto o ex-diplomata Edmundo González obteve 44%. A participação eleitoral foi de 59%, em um país onde o voto não é obrigatório. Apesar de 80% das urnas terem sido apuradas, os resultados foram considerados irreversíveis. Maduro usou seu discurso para responder a críticas internacionais sobre a legitimidade das eleições. "Nos Estados Unidos não há órgão eleitoral. Quando Donald Trump disse que houve fraude, nós nos metemos?", comparou, pedindo respeito à Constituição e à soberania da Venezuela. Ele também fez referência a um suposto ataque hacker ao sistema de transmissão de dados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que, segundo ele, tentou impedir a divulgação dos resultados. O presidente do CNE, Elvis Amoroso, havia afirmado que o atraso na divulgação foi devido a um ataque massivo, sem especificar detalhes sobre a origem. A oposição, liderada por María Corina Machado, contestou os resultados, alegando fraude e afirmando que Edmundo González havia vencido com 70% dos votos, segundo suas próprias contagens. A campanha eleitoral foi marcada por alegações de perseguição política e dificuldades para que venezuelanos no exterior participassem do pleito. Apenas 69 mil dos 7,7 milhões de venezuelanos no exterior se registraram para votar. O cenário pós-eleitoral na Venezuela continua tenso, com a oposição preparando suas próximas ações enquanto Maduro tenta consolidar sua vitória.
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