Para combater a Embasa, vereador desafia até o diabo
Vereador João Batista Pereira dos Santos, 54 anos, que também se autonomina João de Ogum, por sua filiação ao culto afro, solteiro, ensino fundamental completo, é natural de Tabira (PE) e se declara indígena. Queixa-se de que foi isolado nas últimas eleições e parece ter saído magoado. Filiado ao PTB, apoiou Benito Gama, para deputado federal, e a filha deste, Taissa Gama, para estadual, que não lograram se eleger. Na última sessão da Câmara, dia 26, enquanto votava a prestação de contas da prefeitura, ele sinalizou seu aborrecimento e deixou os nobres colegas ouriçados, ao afirmar que aquela Casa Legislativa está sem moral. O autodeclarado destemido João de Ogum não quis explicar o motivo da acusação, limitando a dizer que “cêis sabe o que tá acontecendo”. Ninguém reagiu e, em homenagem ao velho ditado, é forçoso lembrar que “quem cala consente”. Talvez inspirado por Ogulê, considerado pela crença afro como o senhor do ferro e da guerra, João foi adiante e disparou a língua na direção da Embasa: “a Embasa é uma vergonha, é uma empresa porcaria”. “E nós vereadores se calamos”, “até o momento o promotor público não deu uma atitude”, “os advogados de Livramento não tomaram atitude”, “as mulheres não pegam a bacia e sai na rua dizendo que tá insatisfeita”. “Eu fico mais revoltado ainda porque nóis vereadores não pega a gravata e vai reclamar com ela (Embasa), porque talvez tenham medo ou tem algum rabo preso com ela”. “Eu não vou mim calar”, “não tenho medo de ameaça”. Estaria o vereador sendo ameaçado? Por quem? Ele não disse. Mas frisou que “a panela está fervendo e quando João de Ogum (referindo-se a ele mesmo) começa com a panela ferver, nem o diabo me segura”.
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