Vaza delação de empresário que cita Nelson Leal; MPF apontou falta de provas contra o parlamentar
Concorrendo ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Nelson Leal (PP) foi citado na delação premiada do empresário Kells Belarmino Mendes, investigado na operação Águia de Haia por liderar um esquema de fraude a licitações e desvio de verbas públicas. De acordo com o documento obtido pelo Boção News, Kells Belarmino Mendes contou ao Ministério Público Federal (MPF) que o deputado, ao lado do irmão André Leal, intermediou um contrato que foi firmado com a prefeitura de Livramento de Nossa Senhora. No caso de Paramirim, narra o delator, a intermediação por parte do deputado e do irmão se repetiu. Segundo o empresário, os pagamentos feitos para o parlamentar eram entregues através de André Leal, fossem em espécie ou via transferência bancária. No depoimento, o Kells Belarmino também conta que nenhum dos contratos indicados por Nelson Leal foi executado, mas ainda assim efetuou pagamentos destinados ao parlamentar "em virtude de pedido do deputado Carlos Ubaldino". No entanto, o MPF não ofereceu denúncia contra o parlamentar na primeira instância por entender que não havia provas suficientes para os delitos apontados pelo delator. "No curso da investigação criminal, entretanto, não foram encontrados outras evidências que ligassem o deputado estadual Nelson Leal aos delitos perpetrados por Kells Belarmino Mendes e os outros denunciados. Assim, no que se refere à suposta participação de Nelson Leal nos crimes ora examinados, não foi possível colher outras provas que corroborassem as declarações de Kells Belarmino, restando comprovado apenas o vínculo direto entre André Souza Leal e a Orcrim [Organização criminosa], e a efetiva participação do denunciado André Leal nos crimes ora descritos", diz um trecho da denúncia apresentada pelo órgão ministerial. O esquema investigado envolvia diversos municípios do estado da Bahia e era liderado, em seu núcleo empresarial, por Kells Belarmino. De acordo com as investigações, a organizaçaõ criminosa reuniu prefeitos e servidores públicos de aproximadamente 20 municípios entre os anos de 2009 e 2015. O esquema consistia na contratação de empresas do grupo de Kells Belarmino para prestação de serviços educacionais e pedagógicos de tecnologia da informação. A reportagem tentou falar com o deputado Nelson Leal, mas as ligações não foram atendidas ao longo desta manhã do dia (08).
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