• Foto: Wilson Dias - Agência Brasil
  • 12 // Ago // 2022
  • 13h00

Bolsonaro pede a banqueiros para que não assinem 'cartinhas'

O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, na última segunda-feira (8), o seu governo e atacou o PT em almoço na Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. O encontro ocorreu após uma série de críticas de Bolsonaro a banqueiros, que, segundo ele, teriam assinado manifestos em defesa da democracia como uma reação à criação do PIX. Para o presidente, os manifestos são "cartinhas", e os banqueiros precisam julgá-lo por suas ações. "Alguém recontrataria empregado que roubou sua empresa no passado? Acho que não", afirmou o presidente, em referência ao candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Na sequência, Bolsonaro seguiu os ataques ao petista: "Alguns acham que o canalha que estava preso vai voltar para não continuar o que estava fazendo". "Vocês têm que olhar na minha cara, ver minhas ações e me julgar por aí. Não assinar cartinha, não vai assinar cartinha", afirmou o chefe do Executivo em referência à Carta em Defesa da Democracia que foi lida nesta quinta-feira (11), em diversas partes do país. "Quem quer ser democrata não tem que assinar cartinha, não", completou. Bolsonaro também pediu a redução dos juros cobrados sobre empréstimos consignados contraídos por inscritos no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas de baixa renda com deficiência. "Faço apelo para vocês agora, vai entrar pessoal do BPC no consignado. Isso é garantia, desconto em folha. Se puderem reduzir o máximo possível (os juros)", afirmou o presidente, lembrando o episódio em que pediu aos supermercadistas um corte da margem de lucro na cesta básica. Lei sancionada na quarta-feira da semana passada autoriza a concessão de crédito consignado a inscritos nos programas de renda do governo, ao limite de 40%. Instituições bancárias, porém, resistem a aderir à proposta, vista pela campanha à reeleição como possível alavanca para Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Como resposta, o presidente ouviu que a política de juros não é responsabilidade só do setor bancário. "As taxas de juros precisam realmente ser mais baixas, mas isso não depende apenas da vontade dos bancos", disse o presidente da Febraban, Isaac Sidney. 7 Segundo ele, os bancos também defendem juros baixos, mas que, para as taxas caírem, as condições da economia têm de permitir. O líder da entidade do setor financeiro disse ainda que a Febraban está aberta ao diálogo com o presidente. "Portanto, sinta-se à vontade, presidente, para colocar sua visão na forma e no tempo que lhe convier", disse ele, de acordo com discurso obtido pelo Estadão.