• Foto: Reprodução - TV Globo
  • 27 // Ago // 2022
  • 14h00

Em sabatina no JN, Simone Tebet fala sobre falta de apoio no MDB: 'Dou liberdade aos companheiros'

Em sabatina realizada pelo Jornal Nacional, na noite desta sexta-feira (26), a candidata do MDB à presidência da República, Simone Tebet, falou sobre o fato do seu nome não ser unanimidade dentro do seu próprio partido. Ao todo, representantes do MDB em nove estados e no Distrito Federal já oficializaram o apoio à outras candidaturas à presidência. Na ocasião, Tebet disse que "dá liberdade aos companheiros". "Minha candidatura não vem para dividir, sabemos das dificuldades regionais. Venho de um estado conservador, por isso, dou liberdade aos companheiros", afirmou a candidata à presidência. Tebet também analisou o cenário de polarização no Brasil e afirmou que esse quadro está levando o país "para o abismo". "Estamos diante de uma polarização política e ideológica que está levando o Brasil para o abismo. Essa polarização faz com que alguns partidos sejam cooptados. Em compensação, temos muitos prefeitos desses estados nos apoiando", disse. "Só preciso de um caixote e um microfone, agora é comigo. Depois de todos esses obstáculos, agora é hora de dirigir às pessoas, falar para as pessoas que temos o melhor projeto de país, de governo", afirmou Tebet. Durante a sabatina, a candidata do MDB revelou que integrantes de seu próprio partido tentaram impedir a sua candidatura à Presidência da República e puxar a sigla para apoiar o ex-presidente e candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Tentaram puxar meu tapete até pouco tempo atrás. Se tivesse um tapete aqui já teria caído da cadeira também. Tive de vencer uma maratona com muitos obstáculos. Nós tivemos oito candidatos, e eu permaneci. Passou Natal, virou Ano-Novo, chegou o Carnaval, disseram que o partido seria cooptado. Tentaram numa fotografia recente levar o partido para o ex-presidente Lula, judicializaram", revelou a candidata. Em seguida, Tebet disse que o MDB é maior do que "meia dúzia de políticos e seus caciques". "Bom, dizer que o MDB é muito maior do que meia dúzia de seus políticos e caciques, o maior partido do Brasil, o partido que vem da base da redemocratização. O meu partido é o partido de Ulysses Guimarães, de Tancredo Neves, de Mário Covas, de homens desbravadores, corajosos, e acima de tudo éticos, que têm espírito público e vontade de servir o povo", complementou a candidata, sem revelar os nomes que tentaram impedi-la. Na ocasião, a candidata também sinalizou quais serão suas principais metas em um eventual governo: erradicar a miséria, diminuir a pobreza, acabar com a fome, zerar a fila do Sistema Único de Saúde (SUS) e melhorar a educação. De acordo com Tebet, que indicou que pretende acabar com o "Orçamento Secreto", como forma de tornar algumas iniciativas viáveis, haverá um compromisso fiscal para alcançar essas metas. "Nós temos o melhor time, a melhor equipe dos economistas liberais do Brasil. Então nós temos um compromisso fiscal, mas como meio para se alcançar a responsabilidade social. A agenda prioritária, o eixo do meu governo são as pessoas. A agenda social, erradicar a miséria, diminuir a pobreza, e acabar com a fome no Brasil", disse Tebet. "Hoje, quando nós saírmos daqui, cinco milhões de crianças vão dormir com fome no Brasil. Nós não podemos admitir isso. Pode faltar dinheiro para qualquer coisa, mas não pode faltar dinheiro para acabar com a miséria. A pobreza nós vamos diminuir, a miséria nós vamos acabar", complementou. A candidata também sinalizou que o mercado "já sabe" da necessidade de extrapolar o teto de gastos em 2023, como forma de cobrir a transferência de renda aos mais pobres. "O mercado já sabe que nós vamos ter que extrapolar o teto no ano que vem, nesse valor de algo em torno de R$ 60 bi para cobrir com essa transferência de renda, porque de novo, não é admissível nós não garantirmos pelo menos R$ 600 para quem tem fome, R$ 600 re ele come mas não paga o aluguel", complementou. Um caminho apontado pela candidata seria a melhoria da educação. De acordo com ela, a partir da educação será possível garantir a qualificação profissional e consequentemente, mais recursos. "Precisamos melhorar a educação no Brasil. O direito social mais importante do cidadão é o trabalho. Com educação, podemos garantir qualificação profissional e, assim, comida na mesa, moradia, lazer e esperança ao povo brasileiro", afirmou.