Perícia de acidente que matou Teori deve descartar sabotagem
Dois meses após a queda do avião turboélice que matou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki e outras quatro pessoas em Paraty (RJ), as três investigações abertas por órgãos federais seguem sem conclusão. A Folha apurou que a hipótese de sabotagem é remota e praticamente descartada pelos investigadores, mas até a última sexta-feira (17) a Polícia Federal, o Cenipa (órgão da Aeronáutica responsável pela investigação de acidentes aéreos) e o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro ainda não haviam divulgado um comunicado oficial sobre as causas do acidente, ocorrido em 19 de janeiro. Quatro dias depois da queda, o juiz federal Raffaele Felice Pirro, de Angra dos Reis (RJ), decretou segredo de Justiça sobre as apurações. Além de Teori, o acidente matou o empresário hoteleiro Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, o piloto Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maíra Lidiane Panas Helatczuk e sua mãe, Maria Hilda Panas. As três apurações são um inquérito policial, tocado pela PF de Angra com acompanhamento da Justiça Federal e do Ministério Público Federal, um inquérito civil aberto pela Procuradoria da República em Angra e a apuração do Cenipa –que não tem objetivo de criminalizar eventuais responsáveis, mas apontar "fatores contribuintes" para a queda. Como é feita por profissionais especializados em aviação, a terceira investigação é a mais aguardada para o completo entendimento de eventuais falhas humanas ou técnicas, a fim de reduzir o risco de novos acidentes. A Aeronáutica informou à reportagem na sexta que pretende encerrar a apuração "no menor prazo possível".