Estudo aponta alta prevalência de violência sexual entre estudantes no Brasil
Um levantamento realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que a violência sexual é uma realidade para muitos estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos. De acordo com os dados, 14,6% dos adolescentes entrevistados relataram já ter sofrido abuso sexual em algum momento da vida, enquanto 6,3% relataram já ter sofrido estupro. A pesquisa, que utilizou informações da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2019, entrevistou mais de 159 mil adolescentes em escolas públicas e privadas de todo o país. Essa edição da pesquisa reformulou as questões sobre violência sexual, com detalhamento das vivências de abuso e estupro, e também foi acrescentada uma pergunta para que o adolescente identificasse o responsável pelas violências. O estudo define violência sexual como qualquer ação em que uma pessoa obriga outra a ter, presenciar ou participar de alguma maneira de interações sexuais, valendo-se de uma posição de poder ou fazendo uso de força física, coerção, intimidação ou influência psicológica. Ela é dividida em dois tipos: abuso sexual e estupro. Estupro é definido como a situação em que alguém ameaçou, intimidou ou obrigou a ter relações sexuais ou qualquer outro ato sexual contra a sua vontade, enquanto o abuso sexual é definido como a situação em que alguém tocou, manipulou, beijou ou expôs partes do corpo contra a vontade da vítima. Os pesquisadores da UFMG identificaram que as maiores prevalências de violência sexual ocorrem com adolescentes do sexo feminino, da faixa etária de 16 e 17 anos. Além disso, a pesquisa concluiu que as agressões são, em sua maior parte, de pessoas do núcleo familiar e das relações íntimas e de afeto da vítima. Entre os escolares que sofreram estupro, mais da metade relatou ter sido vítima dessa violência antes dos 13 anos de idade. Os agressores mais comuns, tanto para o abuso sexual quanto para o estupro, foram namorado, ex-namorado ou ficante.