MPF entra com ação contra Bolsonaro por ofensas a negros e quilombolas
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro ingressou nesta segunda-feira (10) com uma ação civil pública indenizatória contra o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-SP). O parlamentar é acusado de ofender os negros e as comunidades quilombolas em declarações feitas durante palestra realizada no Clube Hebraica, na semana passada, no Rio de Janeiro. Dentre várias declarações polêmicas, Bolsonoaro disse que, caso seja eleito presidente da República, não haverá "um centímetro demarcado para reservas indígenas ou quilombolas". O deputado também criticou refugiados dizendo que não se pode "abrir portas para todo mundo". O pedido é para que o parlamentar seja condenado ao pagamento de R$ 300 mil a título de indenização por danos morais coletivos. Na ação, os procuradores Ana Padilha e Renato Machado afirmam que Bolsonaro usou informações distorcidas, expressões injuriosas, preconceituosas e discriminatórias "com o claro propósito de ofender, ridicularizar, maltratar e desumanizar as comunidades quilombolas e a população negra". "O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas", disse Bolsonaro na ocasião, se referindo a uma visita em uma comunidade quilombola. Ainda se referindo à visita, segundo o MPF, o deputado afirmou que os quilombolas "não fazem nada, acho que nem para procriador servem mais". Na avaliação dos procuradores, além de desumanizar os negros, o parlamentar fez ataques à honra e à dignidade ao associá-los à condição animal.