Vídeos do sistema de segurança da embaixada da Hungria em Brasília revelam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneceu na missão diplomática por dois dias após a Polícia Federal apreender seu passaporte. As imagens, conforme o jornal New York Times, mostram Bolsonaro em frente à embaixada no dia 12 de fevereiro. Quatro dias antes, a PF havia confiscado o passaporte de Bolsonaro como parte de uma investigação sobre uma suposta trama golpista para permanecer no poder após perder a eleição para Lula (PT). O New York Times relata que as câmeras mostram Bolsonaro acompanhado de dois seguranças, permanecendo no prédio de 12 a 14 de fevereiro. Um funcionário da embaixada da Hungria confirmou o plano de receber Bolsonaro na embaixada. Ao permanecer na missão diplomática, Bolsonaro estaria protegido contra uma possível ordem de prisão devido às convenções diplomáticas. Ele é próximo do líder húngaro Viktor Orbán, conhecido por sua posição na extrema-direita europeia. Bolsonaro se encontrou com Orbán em dezembro de 2023 em Buenos Aires, durante a posse do presidente argentino Javier Milei. Em um vídeo nas redes sociais, Bolsonaro apresentou Orbán a políticos brasileiros e húngaros, destacando a afinidade política entre Brasil e Hungria. No mesmo dia em que chegou à embaixada húngara, Bolsonaro convocou seus apoiadores para uma manifestação em São Paulo em 25 de fevereiro, pedindo uma defesa do "estado democrático de direito" e negando acusações contra ele.