Nicolás maduro é reeleito na Venezuela em meio a alegações de fraude
Na madrugada desta segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou a reeleição de Nicolás Maduro para mais um mandato de seis anos. Segundo o CNE, Maduro obteve 51,2% dos votos, enquanto seu principal adversário, Edmundo González, recebeu 44,2%. A participação eleitoral foi de 59%, em um país onde o voto não é obrigatório. O anúncio provocou uma atmosfera de tensão e silêncio nas ruas de Caracas, que estavam desertas. Embora as porcentagens indicassem que Maduro recebeu pouco mais de 5,1 milhões de votos e González 4,4 milhões, a oposição imediatamente contestou o resultado, alegando fraude. A ex-deputada María Corina Machado, aliada de González, e o próprio candidato discursaram em resposta aos resultados. Eles alegaram que González foi o verdadeiro vencedor, com uma suposta vitória de 70% dos votos, e que muitos votos não foram devidamente registrados ou transmitidos ao CNE. A oposição afirmou ter acesso a 40% das atas eleitorais, sugerindo que o restante não foi reportado conforme a lei eleitoral. O clima nas horas seguintes ao anúncio foi de desânimo na sede da campanha de González. Embora não houvesse protestos visíveis na capital, o medo de possíveis confrontos pairava sobre o país, que se preparava para possíveis desdobramentos. Nicolás Maduro, ex-chanceler de Hugo Chávez e atual presidente desde 2013, enfrentou críticas por seu governo, que tem sido marcado por uma severa crise econômica e alta inflação. Em 2018, a inflação anual alcançou cifras alarmantes, com o FMI estimando 1.370.000%. Agora, o país aguarda para ver como a oposição lidará com a situação e se haverá novas ações legais ou protestos em resposta ao resultado das eleições.