Dois em cada 3 processos por assédio sexual na área federal terminam sem pena
Dois terços dos processos de investigação por assédio sexual no âmbito da administração pública federal terminaram sem penalidades. A saber, o dado foi revelado por um levantamento feito pela Controladoria-Geral da União (CGU) para a Folha de S. Paulo, após a repercusão das acusações de assédio sexual feitas por funcionárias contra o então ex-presidente da instituição Pedro Guimarães. Assim, o levantamento aponta que entre 2008 e junho de 2022 foram instaurados 905 processos para apurar casos de assédio sexual. Desses, 633 foram concluídos e 272 ainda seguem em andamento. Das investigações concluídas, 432 não tiveram punição. O número representa 65,7% do total. Dessa forma, entre as investigações que acarretaram em alguma penalidade, 41 resultaram em advertência, 90 em suspensão e 95 em demissão do agressor. Em algumas apurações, houve o envolvimento de mais de um agente público, por isso, o número de penalidades é maior do que a quantidade de processos. Com isso, os dados da CGU incluem processos no âmbito da administração direta, autarquias e fundações, como ministérios, agências reguladoras e universidades federais.Não estão, no entanto, relacionados a empresas públicas, como é o caso da Caixa Econômica Federal.