‘Protagonismo nas eleições é do TSE, não de militares’, diz ministro
Em meio a críticas à participação das Forças Armadas nas eleições, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou que o "protagonismo das eleições" é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal, o ministro afirmou que, pesar de se engajarem nas discussões sobre transparência no processo eleitoral, os militares não querem protagonismo no pleito. "Nós, quando somos chamados a alguma missão, a dedicação é exclusiva. Não queremos protagonismo. Em absoluto, jamais, em tempo algum, seremos revisores de eleições. Tudo o que a gente tem feito é seguindo rigorosamente as resoluções do TSE. O protagonista é o TSE, o povo brasileiro, a transparência, a segurança que a gente tanto quer", disse o militar. No entanto, o ministro fez coro às declarações golpistas do presidente Jair Bolsonaro ao colocar em dúvida a lisura do processo eleitoral. O coronel disse que o TSE adotou, nos últimos anos, medidas que dão "grande nível de proteção" contra ataques externos. "A urna não se conecta à internet, não tem outras ligações. Realmente, uma vulnerabilidade externa é muito difícil", disse. "No que tange à vulnerabilidade interna, até o momento a gente não tem disponível a documentação que nos leve a formar uma opinião conclusiva que a solução é segura em relação a uma ameaça interna", completou. Segundo o coronel Souza, é possível que um "código malicioso" seja inserido na urna dentro do TSE e burle os testes feitos pela corte eleitoral. A participação de militares nas eleições tem sido pauta embates entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e ministros do Tribunal Superior Eleitoral. As Forças Armadas fazem parte da Comissão de Transparência do TSE. O grupo debate medidas para ampliar a transparência no processo eleitoral. Nas últimas semanas, Bolsonaro tem defendido que o TSE não acata as sugestões dos militares. Nesta quinta-feira (14/7), em discurso na cidade de Imperatriz, no Maranhão, o presidente fez críticas ao presidente do TSE, Edson Fachin e questionou, sem apresentar dados, a segurança das urnas eletrônicas. "As Forças Armadas levantaram centenas de vulnerabilidades e apresentaram sugestões e o ministro Fachin não quer aceitar as sugestões. A essência da democracia é o voto contado e não um voto dentro de uma urna eletrônica que vem causando dúvidas há muito tempo", disse o presidente.