Ministério Público pede revisão de gastos com Carnaval em Correntina após decreto de emergência
O Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), por meio da promotora de Justiça Suelim Iasmine dos Santos Braga, recomendou no último sábado (1º) que o município de Correntina suspenda os festejos de Carnaval previstos para ocorrer entre os dias 28 de fevereiro e 4 de março. A recomendação ocorre após a prefeitura decretar estado de calamidade administrativa no início de janeiro, alegando precariedade nos bens e equipamentos públicos, além da falta de informações financeiras essenciais para o planejamento da nova gestão. No documento, o MP-BA orienta que o município não utilize recursos próprios para custear despesas relacionadas ao evento, como contratações de artistas, montagem de estruturas e serviços diversos, enquanto perdurar o estado de emergência administrativa. A promotora também solicitou a suspensão dos contratos já firmados para a organização do Carnaval e destacou que, caso a gestão opte por realizar o evento, deve apresentar um estudo prévio sobre o impacto financeiro e social do festejo, além de comprovar o pagamento dos salários dos servidores públicos. De acordo com Suelim Braga, a realização do Carnaval nos moldes anunciados pode gerar "incalculáveis custos diretos", incluindo sobrecarga nos serviços essenciais, como saúde, segurança pública e limpeza urbana. Além disso, a promotora apontou os altos gastos com atrações musicais já contratadas pela prefeitura, como Chiclete com Banana, Maiara e Maraisa e Olodum. O orçamento estimado para o evento é de R$ 6,5 milhões, valor que poderia ser remanejado para áreas prioritárias como saúde e educação. A situação financeira crítica foi detalhada no decreto municipal nº 12/2025, assinado pelo prefeito Walter Mariano. O documento cita problemas como sucateamento da frota municipal, precariedade nas repartições públicas e ausência de informações financeiras deixadas pela gestão anterior. O MP-BA agendou uma reunião para esta quarta-feira (5) com representantes da prefeitura para discutir a recomendação.